Câncer de Bexiga
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que para cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados no Brasil 10.640 novos casos de câncer de bexiga (7.590 em homens e 3.050 em mulheres). Esses valores correspondem a um risco estimado de 7,23 casos novos a cada 100 mil homens e de 2,80 para cada 100 mil mulheres (Instituto Nacional de Câncer, 12/05/2020)
O câncer de bexiga ocorre principalmente em pessoas mais velhas, cerca de 90% dos pacientes com esse tipo de câncer têm idade superior a 55 anos, sendo a média no momento do diagnóstico de 73 anos.
De forma geral, a chance dos homens terem câncer de bexiga é de cerca de 1 em 27, enquanto para as mulheres é de cerca de 1 em 89. As pessoas da raça branca têm maior probabilidade de desenvolver câncer de bexiga, comparadas com pessoas de outras raças.
Cerca da metade dos casos de câncer de bexiga são diagnosticados quando ainda estão confinados à camada interna do órgão (não invasivo ou in situ). Em cerca de 35% dos pacientes diagnosticados o tumor já invadiu as camadas mais profundas, mas está ainda contido na bexiga. Na maioria dos demais casos, o câncer se disseminou para tecidos ou linfonodos próximos à bexiga. Raramente (em torno de 4% dos casos), o tumor se disseminou para locais distantes.
A apresentação clínica mais comum é de sangramento ao urinar.
Durante a avaliação há a necessidade de ser realizado muitas vezes uma avaliação interna da bexiga com cistoscopia, testes de função renal e uma imagem do trato urinário, principalmente naqueles pacientes com idade superior a 35 anos e/ou fatores de risco como o tabagismo. Naqueles pacientes com sintomas atípicos de neoplasia de bexiga com sintomas miccionais irritativos merecem também uma avaliação complementar.
A ressecção transuretral do tumor de bexiga permite o diagnóstico definitivo, estadiamento e tratamento primário. A doença não invasiva do músculo é tratada com ressecção transuretral, na maioria das vezes seguida por imunoterapia ou quimioterapia intravesical.
Quando o câncer de bexiga invade a camada muscular (casos mais avançados, porém de doença localizada) é tipicamente tratado com cistectomia radical e quimioterapia antes ou após a cirurgia.
Nenhuma organização importante recomenda a triagem de adultos assintomáticos para câncer de bexiga, e United States Preventive Task Force concluiu que as evidências atuais são insuficientes para avaliar o equilíbrio entre os benefícios e os danos do rastreamento.